Tuesday, September 16, 2008

Deng Xiaoping, o Pequeno Timoneiro

Não me lembro a que (des)propósito, perguntaram-me há dias quem é que eu achava que tinha sido o homem que mais marcara o século XX.

Vieram-me à ideia os nomes habituais como Churchill, Bill Gates, Pasteur, Mao, Stalin, Hitler mas nenhum se manteve por mais que uns instantes pois nenhuma das marcas que cada um deixou, "boas" ou "más", me pareceu merecer tal destaque.

Até que, de mansinho, se me insinuou o nome do Teng Xiao Ping, o Pequeno Timoneiro, que depois de décadas de expurgos e reabilitações, agarrou a sua oportunidade de conduzir a China para a trajectória de desenvolvimento económico e social de que Mao e todos os que o antecederam a tinham mantido teimosamente afastada.

Como de costume, a resposta veio tardiamente, já a conversa tinha acabado ou seguido outros caminhos (que porra! as saídas de leão, as respostas prontas, os ditos de espírito ocorrem-me sempre - ou quase sempre - muito depois de terem tido a sua oportunidade), de modo que aqui a deixo: mais vale tarde que nunca.

A diferença entre Mao e Deng não estava em o Mao ser mau e o Deng ser bom, ou um ser louco (o Mao não andava longe disso...) e o outro ser ajuizado. Mao era profundamente ignorante de tudo o que fosse economia e do que era o mundo exterior e acreditava que a sua vontade, o seu comando, bastava para que tudo funcionasse como ele pretendia. Se assim não fosse, algum inimigo estava a sabotar o processo. Assim, qualquer "colega" que adquirisse prestígio a ponto de por em perigo a sua posição de nº 1 tinha que ser afastado, humilhado, aniquilado. Chou en Lai foi mantido (quase) sempre na posição de nº 2 pela percepção que Mao tinha da sua grande utilidade (quer internamente, quer nas relações internacionais), mas essa proximidade nunca excluiu humilhações muitas vezes ridículas (a tradutora no cadeirão, Chou, o premier, numa cadeira de mero assessor) e maus tratos que chegaram ao ponto de lhe ser negado (por Mao) o tratamento de um cancro - que acabou por matá-lo.

Em vida de Mao, Deng nunca esteve numa posição de destaque tal que fosse encarado por Mao como uma verdadeira ameaça (chegou, salvo erro, a 6º vice primeiro ministro) de modo que as vezes que foi afastado nunca o foi da forma violenta e "drástica" como sucedeu, por exemplo, a Liu Xao Chi.

Mas a verdade é que as suas teses acabaram por vingar (depois da morte de Mao e da neutralização do Bando dos Quatro) e o país continuou comunista sem ter que obrigatoriamente usar só gatos vermelhos e reconhecendo que enriquecer é glorioso.

Deng teve até a virtude de perceber que, para o país sair do pântano em que Mao o enterrou e seguir pela via mais curta para transformar potencialidades em realidades e tirar da fome e da pobreza centenas de milhões de cidadãos, não podia permitir-se abdicar do poder centralizado e forte. Só assim tinha a garantia de que as decisões tomadas seriam postas em prática sem grandes hesitações entre as milhentas alternativas possíveis.

Daí a necessidade da repressão em Tien am Men. Por muito que custe à nossa sensibilidade, se o massacre de Tien am Men não tivesse ocorrido, teríamos tido uma China a marcar passo como a Rússia marcou durante 10 anos, eventualmente amputada do Tibete e de outras partes do território que, com maior ou menor legitimidade, aspirassem à secessão.

E assim, temos hoje uma China comuno-capitalista (pode?!), com um poder fortemente centralizado mas com uma economia a crescer à volta dos 10% ao ano a ponto de se perspectivar a sua ascenção a 1ª economia mundial dentro de pouco mais de 10 anos, com as áreas rurais a saírem paulatinamente da pobreza ancestral (nas cidades o desenvolvimento foi mais rápido e começou mais cedo, claro), com uma população com um poder de compra crescente, bem vestida (enfim, melhor...), bem alimentada e bem instruída.

Que grande diferença, quando olhamos para o país pobre, esfomeado, ignorante e amedrontado do tempo de Mao!

Não vejo, pois, ninguém que tenha marcado mais e de forma tão profunda o século XX e com uma influência que se vai continuar a exercer muito para lá da viragem do século, como o Pequeno-Grande Timoneiro, Deng Xiaoping.

That's the MAN!

Thursday, September 04, 2008

NOS STATES JÁ "SOMOS" MENOS DE 50% DA POPULAÇÃO...

Michael Richards, conhecido como Kramer da série televisiva Seinfeld, levantou um bom problema. O que se segue é o seu discurso de defesa em tribunal depois de ter feito alguns comentários raciais na sua peça de comédia. Ele levanta alguns pontos muito interessantes.

Já não me lembro do que o Kramer terá dito para atrair sobre si a raiva do politicamente correcto americano, mas acompanhando o que se passa nas áreas ditas cosmopolitas dos States, não é difícil perceber que um branco que não seja maricas nem se curve perante eles (não há perigo...), um branco que não manifeste diariamente (que digo? - a toda a hora!) uma imensa vergonha de o ser, um branco que não abane o rabo sempre que um preto lhe dirige a palavra, um branco que se refira a um preto como qualquer coisa que não seja afro-americano (até este termo cair fora de moda...), arrisca-se, na certa, a ser taxado de racista e cavernícola.

E, afinal, os "brancos" deixaram de estar em maioria na América. Qualquer dia são os hispânicos que perdem as vantagens de minoria étnica...

"Orgulho em ser Branco

Finalmente alguém diz isto.

Quantas pessoas estão actualmente a prestar atenção a isto? Existem Afro-Americanos, Americanos Hispânicos, Americanos Asiáticos, Americanos Árabes, etc.

E depois há os apenas Americanos.

  • Vocês passam por mim na rua e mostram arrogância. Chamam-me 'White boy,' 'Cracker,' 'Honkey,' 'Whitey,' 'Caveman' ...e está tudo bem. Mas quando eu vos chamo Nigger, Kike, Towel head, Sand-nigger, Camel Jockey, Beaner, Gook, or Chink, vocês chamam-me racista. Quando vocês dizem que os Brancos cometem muita violência contra vocês, então por que razão os ghettos são os sítios mais perigosos para se viver?
  • Vocês têm o United Negro College Fund.
  • Vocês têm o Martin Luther King Day.
  • Vocês têm Black History Month.
  • Vocês têm o Cesar Chavez Day.
  • Vocês têm o Yom Hashoah.
  • Vocês têm o Ma'uled Al-Nabi.
  • Vocês têm o NAACP.
  • Vocês têm o BET [Black Entertainment Television] (tradução: Televisão de Entretenimento para pretos)
  • Se nós tivéssemos o WET [White Entertainment Television] seriamos racistas.
  • Se nós tivéssemos o Dia do Orgulho Branco, vocês chamar-nos-iam racistas.
  • Se tivéssemos o mês da História Branca, éramos logo taxados de racistas.
  • Se tivéssemos alguma organização para ajudar apenas Brancos a andarem com a sua vida para frente, éramos logo racistas.

Existem actualmente a Hispanic Chamber of Commerce, a Black Chamber of Commerce e nós apenas temos a Chamber of Commerce.

Quem paga por isto? Uma mulher Branca não pode ser a Miss Black American, mas qualquer mulher de outra cor pode ser a Miss America.

Se nós tivéssemos bolsas direccionadas apenas para estudantes Brancos, éramos logo chamados de racistas.

Existem por todos os EUA cerca de 60 colégios só para Negros.

Se nós tivéssemos colégios para Brancos seria considerado um colégio racista.

Os pretos têm marchas pela sua raça e pelos seus direitos civis, como a Million Man March. Se nós fizéssemos uma marcha pela nossa Raça e pelos nossos direitos seriamos logo apelidados de racistas. Vocês têm orgulho em ser pretos, castanhos, amarelos ou laranja, e não têm medo de o demonstrar publicamente. Mas se nós dissermos que temos "Orgulho Branco", vocês chamam-nos racistas.

Vocês roubam-nos, fazem-nos carjack, disparam sobre nós. Mas, quando um oficial da policia Branco dispara contra um preto de um gang ou pára um traficante de droga preto que era um fora-da-lei e um perigo para a sociedade, vocês chamam-no racista.

Eu tenho orgulho.

Mas vocês chamam-me racista.

Por que razão só os Brancos podem ser chamados de racistas?"

Tuesday, September 02, 2008

DESIDÉRIO MURCHO, O FILÓSOFO - NÃO PERCAM

Quem me conhece sabe bem o quão fortes são as primeiras impressões com que fico de pessoas ou de coisas. Em particular de pessoas.

Depois é o diabo para mudar essa primeira impressão!

Não é que a mudança não se faça e não seja fácil e, muitas vezes radical. A dificuldade está em eu "perder tempo" com um segundo olhar para uma coisa que me deu a forte impressão de não valer a pena.

Já há muito tempo que tinha reparado num colunista do Público, P2, de ar patusco, com um nome (pseudónimo?) ainda mais patusco: Desidério Murcho. Ainda por cima, subscreve os seus textos com um enigmático "Filósofo".

Claro que nunca me deu a pachorra de o ler. Até que o li...

Foi o bastante para a tal impressão forte ser substituída por outra: o homem "tem assunto", não escreve mal, tem uma visão muito lúcida, e com alguma graça, dos temas que aborda.

Ainda por cima tem abordagens abstractas (ou de temas abstractos) a que não sou particularmente "ligado" e que me surgem, por isso mesmo, como novidades interessantes no meu panorama de leituras e interesses.

Posto isto, read the man!

Monday, September 01, 2008

Os cagalhões da Al Qaeda & outros cabrões

A catraia da foto, uma catorzinha, pertence a uma família de bombistas suicidas (pode?!), um irmão já foi desta para melhor e o pai (pai?!) e a mãe (mãe?!) parece que insistiram com ela para enrolar um cinto com explosivos à barriga e ir matar-se junto com soldados americanos, polícias Iraquianos, e outros infiéis, para maior glória de Allah e de Mahomeh, o seu Profeta.

A miúda teve o bom senso de se entregar aos polícias, que lhe tiraram os explosivos. Os paneleiros da Al Qaeda nunca viram um filme do James Bomba; não lhes passou pela cabeça (acéfalo tem cabeça?! por isso...) que o cinto devia ser armadilhado para evitar este desarmar tão fácil da miuda-bomba.

Realmente (agora mais a sério) os gajos que se dedicam a este negócio de arranjar putos, cheios de ideais e pensamentos exaltados, inculcados ma mesquita e na madrasa, são do pior que a raça humana já produziu. Muito piores que o Hitler e o Stalin, por muito jeitosos que estes tenham sido, no seu ramo e no seu tempo.

E não há quem lhes enfie uma banana de dinamite pelo cu acima e a faça explodir, no meio de uma pocilga, para que os porcos devorem os seus restos garantindo, desse modo, que os sacanas fiquem impedidos de ressuscitar no fim dos tempos ou de incarnar, no meio dos mesmos.

QUE A TERRA LHES SEJA PESADA ATÉ À ETERNIDADE!