(...) Nestes três meses, o calendário assinala várias datas significativas, do aniversário da APOIAR ao 10 de Junho, passando pela batalha de La Lys, o 25 de Abril, o 1º de Maio, o aniversário da ADFA, num mix que reune efemérides de âmbito nacional e de âmbito local, umas poucas mais vivas e sentidas, outras em vias de caírem no esquecimento ou, simplesmente, saírem de moda.
Nesta última categoria está o 25 de Abril. Data marcante para quem viveu parte da sua vida no tempo da outra senhora, é notório que pouco ou nada diz a quem nasceu já no pós 25 de Abril. Afinal também o dia da Restauração da independênciia foi importantíssimo mas foi em 1640 (há um tempão!) de modo que (quase) só um grupo de excêntricos se reune numa jantarada para o evocar. O destino do 25 de Abril não será diferente e o discurso do Presidente da República foi disso o reconhecimento perfeito ao falar da necessidade de procurar novas formas de comemorar Abril. Voilá!
O 10 de Junho, que já foi dia da Raça e é agora dia de Portugal e das Comunidades (se a memória não me falha), continua a ter uma comemoração itinerante, a oficial, a das medalhas, e outra realizada junto ao monumento aos combatentes da guerra de África, o Encontro Nacional do Combatente. Os media ignoram ambas, mas lá vão dando um pequenino espaço à primeira - afinal vai lá o Presidente, que sempre vai distribuindo uma medalhas (foge cão, que te fazem Barão; para onde, para onde? que me fazem Conde) às figuras que se destacaram da plebe. Tudo como dantes, QG em Abrantes. Adiante!
Quanto ao 1º de Maio, está nitidamente fora de moda andar de braço no ar a gritar slogans contra o patrão, muitas vezes sem se saber a quem chamar tal coisa, depois de ter composto um look proleta com umas roupas coçadas, guardadas no fundo do guarda fato para estes eventos de rua. Já não há proletas a sério: até o Manel Carvalho da Silva está à beira de fazer o doutoramento. Ponham os olhos no Lula, esse sim, um verdadeiro proleta, a quem ouvi chamar em tempos o Carvalho da Silva brasileiro. Esse, sim! (...)
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