Sunday, January 30, 2005

O FLUXO DOS AUTOMOBILIZADOS

O Público de hoje transcreve uma frase de Manuel João Ramos, dirigente da ACA-M, Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, que é de um mau gosto a toda a prova. Estando habituado às suas intervenções públicas, fiquei espantado pois elas são habitualmente feitas em tom comedido e educado, se bem que firme e convicto. Diz ele:

"A mobilidade dos peões não é tida em conta pelos engenheiros de tráfego. Na Câmara Municipal de Lisboa são capazes de pensar que o fluxo pedonal é alguma coisa que cai do meio das pernas das senhoras até chegar aos pés... Não querem saber disso. Está para além da sua competência."

O negrito e itálico são de minha autoria.

Este senhor é antropólogo e a sua luta contra a "guerra civil" da sinistralidade e contra a preponderância do automóvel sobre o peão sempre me mereceu simpatia, ainda por cima por ele ter sentido na pele e na alma a perda de um filho nessa guerra.

Mas essa tragédia não faz dele um perito em tráfego nem o dispensa de se exprimir com decoro, educação e bom gosto.

Aqui fica, pois, o reparo.

OS DIREITOS DOS AUTOMOBILISTAS

O último número da revista do ACP, em editorial, publicava comentários à legalidade da aplicação dos bloqueadores a veículos estacionados em transgressão.

Avisando (com destaque em caixa) que não se tratava de defender os interesses dos transgressores, explicava-se que havia muitas dúvidas sobre se o uso de bloqueadores não estaria a violar a Constituição, nos artigos que garantem a liberdade de circulação de pessoas.

Realmente, por muito peregrino que nos pareça um argumento, é de esperar que haja alguém que o introduza na defesa de uma causa (e algum juíz que o acolha; é uma espécie de Lei de Murphy para os tribunais...), pelo que me parece oportuno que levemos o argumento a sério, que o analisemos e que tentemos desmontar a sua inadequação à defesa da causa dos infractores (uma vez que é disso que se trata).

O direito à livre circulação, como outros direitos e garantias consignados na Constituição, é estabelecido como um princípio geral que as leis e respectiva regulamentação irão particularizar.

Assim, o direito à livre circulação não impede uma casa de espectáculos de barrar a entrada a uma pessoa que não pagou bilhete (mas não pode barrar a entrada a quem o pagou). O mesmo direito não pode ser invocado para se entrar em casa alheia, nem para entrar com uma viatura automóvel num espaço reservado a peões.

Ou seja, o facto de estar consignado na Constituição, não torna um direito absoluto: ele é exercido com regras como, aliás, a própria Constituição especifica.

Assim, o facto de o nosso precioso carrinho ser impedido de circular não tem nada que ver com o direito à livre circulação do seu condutor, uma vez que ele permanece livre de circular a pé, de metro, de autocarro, de táxi, de combóio...

Nos parques de estacionamento fechados, se o condutor não tiver dinheiro para pagar o estacionamento, é pacífico que não o possa levantar. Terá que ir ao multibanco, terá que pedir emprestado, terá que se desenrascar, mas não poderá ir à caixa exigir uma factura que pagará no prazo que a lei estipula, pois o serviço é pago no acto.

Em parques abertos, caso do estacionamento na via pública, parece fazer todo o sentido que o condutor não possa levantar a viatura se não tiver feito o pagamento devido à concessionária, correspondente ao período em que a viatura esteve estacionada. O bloqueador garante o mesmo que a barreira à saída do parque fechado: que o carro não saia antes de o estaciomanto ter sido pago.

Assim como parece fazer todo o sentido que o carro seja bloqueado até a multa ser paga, no caso de estacionamento em local proibido. Isto, claro, após a nova lei de que as multas têm que ser pagas in loco que eu, condutor-de-todos-os-dias, aplaudo com as duas mãos.

E repito que o direito de circulação da pessoa (sem a viatura, claro) não é minimamente beliscado. Mas se quiser ir na sua viatura, tem que pagar o estacionamento de que usufruiu.

E os que contestam os bloqueadores já pensaram em contestar o pagamento in loco das portagens? A barreira que bloqueia a passagem antes do portageiro a levantar não seria também um intolerável atropelo à Constituição?!

Não será isto um caso de só se pensar nos direitos e deixar de parte os deveres?

APOIAR - os novos corpos sociais tomaram posse

Ao fim da tarde da passada sexta feira, dia 28, tomaram posse os novos corpos sociais da APOIAR.

O Presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral, dr Afonso de Albuquerque, deu posse à nova Mesa que, por sua vez, deu posse aos membros da nova Direcção e do novo Conselho Fiscal.

Na cerimónia, a que se seguiu um beberete de confraternização, fizeram-se representar partidos políticos, associações congéneres e autarquias, nomeadamente o PS, representado pelo sócio honorário e deputado à AR Marques Júnior, o CDS/PP, representado pelo sócio honorário e deputado à AR João Rebelo, a Nova Decmocracia, a ADFA, a APVG, representada pelo seu Presidente, a C.M. de Lisboa e a Junta de Freguesia de Campolide, representada pelo seu Presidente.

Presente esteve também o Presidente da Direcção cessante, Mário Vitorino Gaspar, que, numa breve intervenção, historiou o passado da APOIAR, destacando o que se conseguiu ao longo dos anos, recordando que o stress de guerra é uma realidade, a APOIAR é uma realidade, e terminou exprimindo votos de que os militares e famílias continuem a ser apoiados como necessitam.

A lista B, em bloco, destacou-se pela ausência. Foi pena.

Nos discursos, o Presidente da Direcção, Armindo Roque, fez uma panorâmica do que é o programa a implementar, destacando a tónica posta no recurso ao voluntariato, no apoio ao domicílio e na transformação da sede num espaço em que o sócio se sinta "em casa", onde tenha "um ombro onde encostar a cabeça".

Agora há que começar a trabalhar, pois é preciso apresentar em Assembleia Geral as contas de 2004, o Orçamento e o Plano de Acção para 2005.

Felicidades à nova Direcção, felicidades à APOIAR!

Saturday, January 15, 2005

ELEIÇÕES NA APOIAR - VI

Realizou-se hoje o acto eleitoral mais concorrido da história da APOIAR. Cento e seis pessoas deslocaram-se à sede da Associação para votarem na lista da sua preferência, sendo o resultado final o seguinte:

Votos entrados em urna 106

Brancos 1

Nulos 1

Votos na lista A 55

Votos na lista B 49

Assim, os corpos gerentes que terão a responsabilidade de dirigir a APOIAR no triénio de 2005 a 2007 são os propostos pela lista A, a saber:

Assembleia Geral

Presidente José Arruda, nº 1264

1º Secretário Carmo Vicente, nº 295

2º Secretário Armando J. Santos, nº 2658

Direcção

Presidente Armindo Roque, nº 42

Vice Presidente Cardoso Ferreira, nº 3493

Secretário Jorge Gouveia, nº 323

Tesoureiro Maria Regina Andrade, nº 1643

Vogal António Pina, nº 481

1º Suplente Albino Sousa, nº 1641

2º Suplente António Monteiro, nº 2832

3º Suplente Manuel Costa, nº 208

4º Suplente Francisco Rodrigues, nº 91

5º Suplente Aníbal Pais Costa, nº 290

Conselho Fiscal

Presidente Santinho Martins, nº 37

Vogal Sérgio Pereira, nº 741

Vogal Jorge Fernandes, nº 2658

1º Suplente Pedro Salazar Campos, nº 902

2º Suplente Vicente Costa, nº 741

3º Suplente Manuel Silva, nº 2557

E pronto. Atingido o primeiro objectivo a que nos proposemos, resta tomar posse e ... meter mãos à obra, que há muito a fazer para devolver à APOIAR o prestígio que já teve e colocar os seus recursos ao serviço dos nossos camaradas atingidos pelo flagelo do stress de guerra.

A APOIAR é de todos os sócios, como sempre disse (e essas palavras nem sempre foram muito bem acolhidas...), quer tenham integrado a lista A ou a lista B, quer tenham apoiado a lista A ou a lista B.

Como dizia o outro, todos não somos demais!

Friday, January 14, 2005

O ENGº SÓCRATES NÃO ACERTA UMA!

Depois da confusão da co-incineração, parece que o enfatuado candidato a 1º Ministro (valha-nos S. Neutel!) continua apostado em ultrapassar idênticas trapalhadas de que levou os último 3 ou 4 meses a acusar Santana Lopes.

Desta vez foi com a subida das pensões sociais: o Engº Sócrates começou por dizer que os mais pobres entre os pobres, que seriam cerca de 1/3 dos ditos, seriam subsidiados para os seus rendimentos subirem até ficarem no limiar da probreza. Sobre limiar da pobreza, limitou-se a dizer que é um conceito técnico, sem ser capaz de o quantificar para o caso português.

Quanto às contas que lhe terão permitido fazer esta promessa (é de promessas que estamos a falar...), também não soube adiantar nada.

Mas no dia seguinte, o homem aparece cheio de gás, define o conceito de limiar da pobreza, quantifica-o, diz quanto custará e quanto tempo levará a ser alcançado esse objectivo.

Que se terá passado?

Das duas, três: ou num dia achava que não se devia entrar em detalhes e durante a noite mudou de opinião (característica em que o dr Louçã já reparou...), ou então, e eu aposto nesta, não sabia mesmo explicar-se.

Terá falado com o guru Vitorino e, no dia seguinte, debitou definições e números com a segurança de um marrão que passa a noite da véspera a empinar a lição.

Que mais iremos ver até ao dia 20 de Fevereiro?

Se é preguiçoso e não lê jornais, não ouve rádio nem vê telejornais, venha espreitar aqui e, se lhe der na real gana, deixe cá o seu comentário.

Thursday, January 13, 2005

ELEIÇÕES NA APOIAR - V

Conforme prometido, aqui se publica a constituição das duas listas que se candidatam aos copos gerentes da APOIAR.

LISTA A

Mandatário Afonso de Albuquerque

Assembleia Geral

Presidente José Arruda, nº 1264

1º Secretário Carmo Vicente, nº 295

2º Secretário Armando J. Santos, nº 2658

Direcção

Presidente Armindo Roque, nº 42

Vice Presidente Cardoso Ferreira, nº 3493

Secretário Jorge Gouveia, nº 323

Tesoureiro Maria Regina Andrade, nº 1643

Vogal António Pina, nº 481

1º Suplente Albino Sousa, nº 1641

2º Suplente António Monteiro, nº 2832

3º Suplente Manuel Costa, nº 208

4º Suplente Francisco Rodrigues, nº 91

5º Suplente Aníbal Pais Costa, nº 290

Conselho Fiscal

Presidente Santinho Martins, nº 37

Vogal Sérgio Pereira, nº 741

Vogal Jorge Fernandes, nº 2658

1º Suplente Pedro Salazar Campos, nº 902

2º Suplente Vicente Costa, nº 741

3º Suplente Manuel Silva, nº 2557

LISTA B

Mandatário Mário Vitorino Gaspar

Assembleia Geral

Presidente Elísio Faustino, nº 3587

1º Secretário Mário Santos, nº 3311

2º Secretário Alberto Madeira, nº 3572

Direcção

Presidente Armando Santos, nº 39

Vice Presidente Carlos Santos, nº 3579

Secretário Henrique Portela, nº 2645

Tesoureiro Francisco Baptista, nº 3576

Vogal Joaquim Santos, 268

1º Suplente Rolando Ferreira, 469

2º Suplente Carlos Pereira, nº 2927

3º Suplente António Marques, nº 35

4º Suplente Ildebrando Lourenço, nº 3431

5º Suplente João C. António, nº 2590

Conselho Fiscal

Presidente Higino Nora, nº 3584

Vogal António José Cruz, nº 3511

Vogal Francisco Russo, nº 3333

1º Suplente Joaquim Balas, nº 3154

2º Suplente António Pais, nº 3449

3º Suplente Norvaldo Martins, nº 2905

As eleições são no sábado, dia 15 de Janeiro de 2005. Por acordo entre as listas e o Presidente da Mesa, são exigíveis as quotas até 2004 (e não 2005).

A D. Maria do Carmo estará presente para os sócios que quiserem pagarem as quotas em atraso para ficarem em condições de votar.

A urna estará aberta das 09h30 às 17h00.

NÃO FALTE! PENSE, COMPARE E ESCOLHA

VOTE NA LISTA DA SUA PREFERÊNCIA

Tuesday, January 11, 2005

ELEIÇÕES NA APOIAR - IV

Lamento não poder ainda apresentar as listas candidatas aos Corpos Gerentes da Apoiar. Fui ao fim da tarde à sede da Associação e, para meu espanto a única lista afixada continuava a ser a Lista A.

Há pouco, em casa de um amigo, mostraram-me um manifesto da lista B.

Só amanhã mo emprestam e então, sem falta, publicarei ambas as listas neste BLOG.

Entretanto, posso adiantar o seguinte: a Lista B é mesmo a lista de continuidade. O programa é assinado pelo Mário Gaspar, Presidente cessante, o qual figura também como mandatário da lista. Os candidatos têm fotografia, uma cada um, mas o Mário Gaspar tem direito a duas...

Um facto muito curioso é que grande parte da Lista B é constituída por sócios de fresca data. Por exemplo:

Para três cargos muito importantes, Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Vice presidente da Direcção e Presidente do Conselho Fiscal são propostos sócios admitidos em Dezembro de 2004, pelo que, no dia da eleição, terão pouco mais de um mês (repito: UM MÊS!!!) como sócios.

Para Tesoureiro, talvez o cargo de maior responsabilidade, é proposto um sócio admitido em Novembro de 2004: terá pouco mais de dois meses de sócio no dia da eleição!

Para 2º Secretário da Mesa da A. Geral, é proposto um sócio também ele com pouco mais de 2 meses "de casa".

Antigos, antigos, naquela lista, apenas os sócios Armando Santos e António Marques (ambos com nº de sócio inferior a 50), Rolando e Joaquim Santos, salvo erro, pois não tenho aqui o manifesto daquela lista.

A pergunta óbvia é a seguinte:

Por que será que uma lista patrocinada ou integrada pela actual Direcção não consegue captar sócios antigos e tem que integrar sócios com dois meses, e menos de dois meses, para cargos de muita responsabilidade? Porquê?!

Quanto à Lista A, integra ou é apoiada por dois médicos de créditos firmados e obra feita no tratamento do stress de guerra. Integra um antigo presidente da ADFA, da ACAPO e de uma associação internacional de deficientes, tendo sido condecorado pelo Presidente da República pelo seu trabalho em prol dos deficientes. Na generalidade, a lista A compõe-se de pessoas com anos e anos de luta pelo reconhecimento dos direitos dos ex-combatentes. O sócio mais moderno da lista foi admitido em Agosto de 2003.

Isto deve querer dizer qualquer coisa. Não?!

Eleições na APOIAR III

Recordo que é já no próximo sábado que se realizam as eleições na APOIAR, para escolher os Corpos Gerentes que conduzirão a associação durante os próximos três anos.

Para além da lista que anunciei em posts anteriores (Lista A), encabeçada pelo sócio Armindo Roque, foi apresentada uma nova lista, a Lista B, que propõe para Presidente da Direcção o sócio Armando Santos, que exerceu as funções de Tesoureiro da Direcção cessante. Integram a lista, entre outros, os sócios Joaquim Santos e Rolando.

Vou tentar passar hoje na APOIAR para obter a constituição completa das listas, para as divulgar aqui.

Entretanto, mantenho o apelo feito há dias:

POR UMA APOIAR DOS SÓCIOS E PARA OS SÓCIOS

VÁ VOTAR - NÃO FALTE

Sábado, 15 Jan 05 - entre as 09h30 e as 17h00

O engº Zé Sócrates...

Causa-me quase pena ouvir as intervenções públicas do putativo futuro primeiro Ministro.

Não sei se o António (D. Sebastião) Vitorino já concluiu o Programa de Candidatura, mas a verdade é que o Zé Sócrates vai disparando promessas em todas as direcções, algumas de cumprimento mais que duvidoso.

Promete agora a criação de 150.000 novos empregos até ao fim da legislatura. Será difícil? Se se mantiver a presente conjuntura internacional, não vejo como é que o Zé Sócrates, mais a tralha guterrista que o acompanha, o vai conseguir.

É que com a economia dos nossos principais clientes em mau estado (ou em recessão, ou a sair lentamente dela, como a Alemanha) e, ainda por cima, com os texteis chineses à porta, ao preço da uva mijona, não só vai ser muito difícil criar novos empregos, como a principal luta será, certamente, evitar que o desemprego dispare.

Uma das Ideias Força do PS, coligidas há poucas semanas pela comunicação social, era combater o desemprego com políticas amigas do emprego. Se não concretizar um bocadinho mais esta ideia (?!) fica-se sem perceber como vão sugir 150.000 novos empregos nos próximos 4 anos.

A ver vamos.

Friday, January 07, 2005

A BRAVA MALTA DO FUTEBOL...

O último episódio da tragicomédia em vários actos, protagonizado pelo dr Pôncio Monteiro devia servir para a nossa classe política meditar e tirar conclusões. Aqui vai uma, que me parece óbvia, e que é a minha singela contribuição para a causa:

Tentar usar personalidades do futebol para tirar dividendos eleitorais é muito perigoso, pelo menos enquanto no futebol preponderarem persoas truculentas, desbocadas, guiadas, acima de tudo, pelo amor ao clube e pelos ódios e amizades daí decorrentes.

Felizmente para o PSD, o dr Pôncio Monteiro, ainda antes de ser confirmado na lista daquele partido pelo Porto, veio a terreiro mostrar que, para ele e acima de tudo, estava, não o Porto cidade, mas o Futebol Clube do Porto. Da primeira vez que lhe apontaram um microfone, o homem deixou bem claro o ódio que a tribo portista dedica a Rui Rio, que ousou governar a autarquia sem prestar vassalagem ao F.C. do Porto.

E tinha mesmo que ser assim, não fosse a nação portista pensar que ele, ao integrar as listas do PSD, estava a fazer um frete ao odiado Rui Rio. E isso, carago!, valer-lhe-ia, fatalmente, ser votado ao ostracismo pela tribo.

Ao ser-lhe retirado o convite, o dr Pôncio reagiu com a linguagem exuberante, exaltada e indignada que caracteriza "a gente do futebol", como se entre ao convite e o "desconvite" o coitado não tivesse feito, nem dito nada.

Aproveitou os vários tempos de antena para falar de amigos, de amizades, de facadas, como se estivesse num daqueles programas em que três ou quatro cromos discutem minudências da última jornada do futebol como se daí dependesse a sua vida e o futuro da Pátria. No meio de tanto discurso, acusou várias pessoas de não terem coragem para dizerem em público o que pensam de Rui Rio (sempre ele, carago!), nomedamente o seu colega da república do futebol, Fernando Seara.

Pouco depois, o dr Pôncio vem mais uma vez a terreiro afirmar que se tinha excedido (um homem não é de pau, carago!) e dirigir sentidos pedidos de desculpa ao ofendido colega. 'Tá visto que o homo futebolensis, quando lhe pisam as chuteiras, descarrega copiosamente a matraca, vai tudo a eito e ... pensa-se depois! Como ando a regougar há muito, não misturemos política e futebol que, salvo raríssimas excepções, só pode dar porcaria.

Num mundo mais próximo do ideal, o desporto e o dinheiro estariam bem separados, circunstância que afastaria o mau cheiro da malta do apito dourado, das "derramas" em proveito próprio, das trafulhas com venda de jogadores, com actas, com terrenos e ... venham mais derramas.

Como parece que o imobiliário e a construção civil ainda "estão a dar" (ã?!) os nossos empresários da bola bem que podiam ir fazer argamassa e tijolo (abrenúncio, vade retro) e deixar a malta jogar à bola, na boa.

PS - devo estar a ficar doente: desde o famigerado totonegócio que não desperdiçava uma linha com o futebol.

Carago!

Wednesday, January 05, 2005

ELEIÇÕES NA APOIAR II

É já de sábado a oito dias, no dia 15 de Janeiro, que os sócios da APOIAR vão elegar os novos corpos sociais.

Recordo que a actual Direcção está "em gestão", sem quorum, reduzida a dois membros. Não apresentou o Plano de Acção nem o Orçamento para 2005, como os Estatutos obrigam.

O jornal está pronto para ser distribuído, mas não foi nele incluída informação sobre as listas concorrentes, sua composição, seus Programas de candidatura. Provavelmente não será distribuído antes das eleições.

É preciso que os sócios compreendam a importância de ir votar na lista da sua preferência, contribuindo para revitalizar a Apoiar que nunca passou por uma situação tão dramática.

Não se esqueçam que para votar é necessário ter as quotas em dia; estamos em 2005, pelo que é necessário pagar a quota deste ano.

POR UMA APOIAR DOS SÓCIOS E PARA OS SÓCIOS

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NO DIA 15 DE JANEIRO, DAS 09H30 ÀS 17H00

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VOTE BEM, VOTE EM CONSCIÊNCIA

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a APOIAR precisa de todos

OS ÓDIOS DO PROF CAVACO

O prof Cavaco Silva saíu-se com mais uma das suas: recusou-se a "emprestar" a sua imagem de político competente para integrar um cartaz de campanha do PSD.
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Parece que a sua actividade académica é incompatível com essa campanha publictária e, além disso, a sua actividade partidária foi, há muito, interrompida, o que acrescenta mais uma incompatibilidade à referida.
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Note-se que o cartaz se limitava a emparelhar as personalidades do PSD que chefiaram Governos, referindo que esses foram os melhores que o País teve.
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Como em tudo o que é publicidade, há alguma exagero na afirmação. Contudo, poucos comentadores, de diversos quadrantes, consideram que Cavaco Silva foi um mau primeiro Ministro e muitos deles consideram-no o melhor que Portugal teve, pelo menos depois do 25 de Abril.
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Parece que o prof não queria era ser visto (nem em fotografia!) ao lado de Santana Lopes. Seria?
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Se é assim talvez vá sendo tempo (até porque as eleições vêm aí) de se dizer "de carreirinha", quais foram os erros, descoordenações, más políticas, etc, etc de que acusam o coitado.
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É que, se assim não fizerem, fica a ideia de que tudo o que têm contra ele é antipatia, reprovação da sua aura de bon vivant (e, já agora, de putativo femeeiro) à mistura com raivinhas e rancores pessoais inconfessados e inconfessáveis.
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Não é difícil recordarmos (foi há muito pouco tempo) que quando surjiu no horizonte a possilidade de Santana Lopes ser primeiro Ministro, as acusações que lhe fizeram de imediato foram as mesmas que agora lhe fazem (inconstância, populismo, fraco coordenador de equipas, sedento de mediatismo, etc, etc, etc).
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O que dá a impressão de que as críticas actuais não são mais que ideias pré-concebidas às quais é necessário que a realidade se ajuste.
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Assim, acusa-se (dissolve-se, etc) sem se explicar nada. Quem acusa fica na esperança de que o povão caia na esparrela: afinal senhores tão ilustres, presidentes, professores e quejandos não iriam mentir, não é verdade?!.
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Será que o prof Cavaco tem alguma pedra no sapato contra Santana Lopes, de tal modo grande que torne nula a sua disponibilidade para apoiar o PSD? Recordo que nesse partido, de que foi presidente e com o qual chegou a chefe do Governo, o prof passou de um triste e obscuro professor e funcionário bancário a personalidade eminente, ouvido em Portugal e no estrangeiro. Tal como uma lagarta feia e trenga que entra no casulo para dele sair borboleta.
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Parece-me que já é tempo de o PSD perceber que não pode esperar nada da militância (?) de Cavaco e ... retribuir na mesma moeda: escolher para candidato a Presidente da República uma personalidade da área da social democracia que garanta o funcionamento das instituições sem ser presa de ódios, irritações, raivinhas, rancores, mesquinhices e de um incomensurável ego, como o do prof Cavaco Silva.
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Apetece-me dizer ao prof Cavaco (um doutorzeco falando para o alto do pedestal) o que me disse um professor, nos meus longínquos 13 ou 14 anos:
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"O senhor é vaidoso, mas nada o justifica; portanto, nada de vaidades!".

Sunday, January 02, 2005

OS TRABALHOS DE SAMPAIO... E OS NOSSOS

Como seria demsiadamente chato espetar aqui com o discurso do Presidente Sampaio, a arenga de Ano Novo do senhor, ponho-vos o endereço do presidencial site (uma espécie de sítio do Pica Pau Amarelo): é só clicar aqui http://www.presidenciarepublica.pt/pt/main.html , clicar em "Biblioteca Virtual", "discursos", "lista completa cronologicamente organizada dos discursos" e "1 de Janeiro, Mensagem de Ano Novo". Parece-me que o Presidente Sampaio voltou aos tempos do discurso circular e incompreensível, quando era Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e quando cada discurso seu punha as pessoas a cantar Sérgio Godinho (o que foi que ele disse? o que foi que ele disse?), como muito bem notou um comentador da nossa praça (não me lembro quem foi). Carlos Magno queixava-se (ontem à noite) na Antena 1 por lhe pedirem sempre para explicar o que é que o Presidente tinha querido dizer no último discurso... Ou então ... endoidou de vez. O discurso (longo e chatíssimo!!) está cheio de lugares comuns do tipo "Este é um tempo de mudança profunda nas relações internacionais, que condiciona a evolução da Europa e, inevitavelmente, a do nosso país", "...é preciso mudar as atitudes, na política, na economia, na sociedade", "...são necessárias políticas mais aptas a responder às novas situações, e às novas necessidades", e por aí fora.
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O discurso até parece ter tido a colaboração do mano psiquiatra, o Daniel. A propósito dele, e fazendo aqui um parênteses, sempre tenho dito que um dos azares de termos eleito este Presidente (e eu fui um dos culpados, ai de mim!) foi termos que gramar com o irmão e as suas crónicas, os seus livros, a sua notoriedade por arrastamento. Bolas!!!
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Voltando à Mensagem de Ano Novo, ele exorta a um "... entendimento, quanto a estes grandes desafios, entre as principais forças políticas" o que pôs logo o PCP e o Bloco de (extrema) Esquerda a uivarem contra o regresso do Bloco Central e o PS e PSD a dizerem que o Presidente aderiu ao que sempre disseram.
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Depois de ter colocado uma espada de Damocles sobre o actual Governo (estão debaixo de olho, ponham-se a pau!!!) e, finalmente, tê-lo demitido por tabela, sem se explicar, vem agora dizer que "...é preciso restaurar a estabilidade política".
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Só que vai ter que costurar muito para remendar a confiança dos eleitores de que vão eleger um Parlamento por quatro anos. Quem lhes garante que o próximo Presidente, usando o precedente criado pela actual Excelência, não o demite se lhe der na presidencial gana, sem dar cavaco (srá o Cavaco?!), a meio da legislatura? Quem?!
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Lá mais para o fim da estopada, remata:
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"Com as eleições à porta, peço aos portugueses que se informem, que avaliem o realismo das promessas e a justeza das propostas, que ajuízem da credibilidade e da competência dos protagonistas políticos, que escolham de acordo com o que consideram melhor para Portugal. Peço aos portugueses que participem, que debatam, que votem. A vossa escolha é, garanto-vos, fundamental para o futuro dos nossos filhos."
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Muito vou gozar quando o sr Presidente, lá para 20 e tal de Fevereiro, tiver que tomar uma decisão (pensar, pensar, ouvir os partidos, pensar, pensar, ouvir as personalidades eminentes, pensar, pensar, ouvir os conselhos do Conselho de Estado, pensar, pensar, decidir, não decidir, muito, pouco, nada...) face a um Parlamento sem nenhuma maioria unipartidária, mas com duas ou mais maiorias matematicamente possíveis.
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Vai convidar o PSD/PP? Vai convidar o PS/PCP/B(e)E?
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Será que vai convidar o PSD/PS?
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Ahahahahahahahahahahah!